29 julho 2009

Rua José Falcão


Se o número de casas reabilitadas crescesse a um ritmo aceitável - porque estas intervenções não se podem esconder - , se fosse visível um trabalho sério, planeado, contínuo, isso teria efeitos imediatos na consciência das pessoas e no aspecto da própria cidade, e este blogue não teria razão de existir. Mas, não é isso que acontece. O que acontece, é vermos algumas casas avulsas e dispersas devidamente recuperadas, como a da foto. Além disso, a CMPorto, não só trabalha mal como pouco, e no pouco que concretiza, nem sequer se dá ao cuidado de colocar no próprio local uma placa a dar conhecimento público das obras que termina. Já questionei alguns proprietários de edifícios bem recuperados se tinham obtido alguma colaboração camarária e a resposta tem sido sempre a mesma: não! Neste, não consegui saber, mas como a CMP, por excesso de modéstia ou por incúria, acha que não é importante informar os portuenses, ficamos sem poder dar-lhe o benefício da dúvida.
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6 comentários:

Luis Sá e Melo disse...

Tenho seguido atentamente este blog, com interesse redobrado sempre que exemplos, como o que agora apresenta, surgem.
No entanto não posso concordar com o texto que acompanha este ultimo post.
Antes de mais devo dizer que não sou um admirador do actual presidente da autarquia; nunca votei nele, não votarei; e considero urgente que ele seja substituido a bem da cidade do porto.
Posto isto, tendo eu recentemente instruído um projecto de reabilitação na CMP sinto-me na obrigação de chamar a atenção para a forma como o actual departamento de urbanismo foi radicalmente mudado.
É verdade que os apoios são... nenhuns!
É tambem verdade que a reabilitação levada a cabo pela SRU é uma asneira pegada!
Não é verdade que os serviços internos da Camara estejam a trabalhar mal, pelo contrário.
Neste momento a forma como todo o processo de apreciação é conduzido é absolutamente irrepreensivel... mais, é impar quando comparada quando as demais autarquias deste país (julgo já ter algumas experiencias menos felizes para o poder afirmar)
Assim, embora concordando com o ponto fulcral da questão que aponta, não poderei de modo nenhum aceitar que seja estendida uma ideia errada sobre todos aqueles que têm trabalhado para que os serviços se tenham tornado mais eficientes.

Curioso será (e sintomatico também) que o vereador responsavel por essa transformação seja o unico, de entre toda a equipa, que não transita para um proximo mandato.

Rui Valente disse...

Não tenho por que duvidar do que diz, só que, as melhorias que reconhece nos serviços camarários não se reflectem em resultados concretos.

E a este ritmo nem daqui a 100 anos teremos um único quarteirão recuperado.

Obrigado pela sua visita

Luis Sá e Melo disse...

Permita-me que concretize um pouco mais, pois penso que faz sentido expo-lo.
Objecto da intervenção: reabilitação e ampliaçao habitação unifamiliar em cedofeita
data de entrada do projecto: 11 de Novembro data do parecer do Gabinete Técnico Local: 3 semanas depois
Parecer negativo
Uma vez ocorrido isto pedi, no momento em que fui "convidado" a contradizer o parecer, que me fosse concedido um prazo de 60 dias uteis para revisão do projecto.
Duração de apreciaçao desse mesmo aditamento pelo GAP, após a entrega do mesmo: 7 dias uteis!

Todos estes prazos referencia ao conecimento que fui tendo do processo pela internet, e sucessivos oficios internos.

Ainda assim, 7 dias para apreciar o projecto parece-me louvavel. Conheço muitas outras camaras onde um mes não chega para o processo entrar no GAP.

Assim, há certamente muitos obstaculos, haverá bastantes maus exemplos também. Mas o que realmente afecta a reabilitação, e em consequencia os resultados que todos desejamos, não será concerteza devido ao periodo de apreciação em que a camara retem o processo.
A mim pareceu-me fazerem bem a parte que a eles compete.
Já se falarmos da SRU... dos projectos que tem apresentado e da especulação que tem provocado... a conversa será outra.
E aí a camara tem culpa, sobretudo na forma como muitas reabilitações são a delapidação do património portuense.

PS. -neste projecto não foram consultadas entidades externas, calculo que esse tempo seja mais lato.
- na altura em que entreguei o projecto pela primeira vez perguntei qual o prazo médio para apreciaçao dos projectos. Foi-me respondido que estatisticamente andaria nos 4 meses, eventualmente um ano se a obra fosse muito grande e. lá está, com consulta a entidades externas.

Rui Valente disse...

Caro Luís,

Mais uma uma vez agradeço o cuidado que teve em me esclarecer o seu caso.

Como disse no texto que acompanhou esta foto, em Portugal persiste nas repartições do Estado a pior das burocracias que é a burocracia das mentalidades. Por mais que se simplifiquem os processos, as pessoas fazem questão de os complicar e pelas razões mais absurdas. Não seria útil para a Câmara expôr publicamente numa simples placa e no próprio local, o registo das casas que fôr requalificando? Como pode o cidadão saber o que é feito pela Câmara e o que é feito pelos privados?

Quer saber de um exemplo fora deste contexto, mas onde a burocracia continua activa? Tem a ver com uma Repartição de Finanças.

Na Av Fernão Magalhães existe uma loja no r/c com três entradas. Quando lá cheguei para comprar o Imposto Único [antigo selo do carro], ainda estava fechada e para não perder tempo pus-me a procurar informação sobre o local do respectivo serviço. Não encontrei sequer um papel!
Optei por uma porta ao acaso e depois retirei uma senha. Quando ia ser atendido, o funcionário - com aquele semblante típico de quem tem o rei na barriga - diz-me que não é ali. Eu só me lembrei de lhe dizer: e então, os senhores acham que as pessoas lá fora são obrigadas a adivinhar? Não vos ocorreu ainda colocar nas portas um simples papel a informar o público dos respectivos serviços? Não vos ocorreu que isso faria poupar o vosso e o nosso tempo?

Ficou a olhar para mim com cara de parvo, e não murmurou uma palavra.
Isto é o que se chama o Anti-Simplex Mental do burocrata, puro e duro...

Meu caro, a Internet faz coisas fantásticas, mas se colocar ao computador alguém que não a sabe usar, não tem utilidade nenhuma. É preciso primeiro reformar as mentalidades.

Cumpts.

diana vieira da silva disse...

este projecto não se concretizou por iniciativas camarárias. pertence a privados apenas.

Rui Valente disse...

Diana,

obrigado pela informação. Era mesmo isso que eu suspeitava.