09 fevereiro 2011

Aquilo que um leigo sabe e os experts "ignoram"

Deixemo-nos de tretas e falemos à vontade, louvando tudo quanto merece ser louvado e censurando as malfeitorias que se vão cometendo, mesmo que tecnicamente possamos não estar muito qualificados para abordar ao detalhe determinados assuntos. Bom senso e uns pózinhos de lucidez chegam e sobram para discutir até as coisas aparentemente mais difíceis. Querem exemplos?

Não é preciso ser sábio, deputado, médico ou jornalista para perceber o erro grosseiro que Cavaco Silva acaba de cometer ao vetar o decreto-Lei governamental que obriga os médicos à prescrição de medicamentos pela substância activa em vez de marca. Muita asneira tem feito este [e outros] Governo, mas a decisão de obrigar o médico a justificar os motivos da dispensa dos genéricos é talvez a medida mais acertada e verdadeiramente corajosa que nos últimos tempos tomou. Só faria sentido vetar este Decreto-Lei, caso as entidades reguladoras nacionais e internacionais do sector, tivessem previamente proibido a sua comercialização/prescrição com as inerentes justificações, coisa que, ao que se sabe, não sucedeu. Daí que, o veto do Presidente da República ao Governo sirva mais para lançar a suspeita de revanchismo político na opinião pública, do que - como ele alega -, para transmitir segurança aos doentes. Não passa de mais uma birra de um senhor sem categoria para ocupar o lugar que tem.


Também é desnecessário ser economista para compreender porque é que a *Porto Vivo/RSU não conseguiu vender uma única fracção das 10 que tinha no mercado. Não faltam explicações, mas aquela que ressalta aos olhos foi a política de preços usada, que roça a tradicional especulação imobiliária. Uma grande parte, senão mesmo a totalidade dos [poucos] imóveis recuperados em Mouzinho da Silveira não dispõem de garagem e de outros equipamentos que as casas modernas oferecem nos arredores a preços muito mais atractivos, o que significa que só um pequeno nicho de mercado com grande poder de compra poderá eventualmente deixar-se seduzir por tão rudimentar oferta. Não sendo de excluir essa possibilidade, a aposta da Porto Vivo deveria apontar para preços mais realistas e para um público mais carenciado, ou seja, para quem necessitasse de facto de adquirir casa para residir, porque os compradores de recursos económicos elevados não usarão este tipo de casas como habitação principal e, além disso, são uma minoria. Por conseguinte, não adiantará muito enfatizar a questão de uma errada estratégia comercial, porque não há poder de compra que resista às necessidades reais das pessoas. Continuar a pedir-se por um T1 restaurado da Baixa 175.000 €, sem garagem, arrumos, nem outras "mordomias" e, na hipótese mais provável, com casas ao lado a cair de velhas [prostituição e droga], tendo um T1 novo nos arredores melhor equipado, por 12.000 €, quem é que vai comprar um na Baixa?


*Pelos vistos o Governo não aceitou Rui Moreira para a Porto Vivo [Deve ter melhores candidatos, presume-se...]

Esperemos é que não se lembrem de nomear um clone do Mário Lino ou do Mendonça [parecem tirados a papel químico], medíocres recordistas da incompetência.

1 comentário:

P&T disse...

Muito triste, de facto...
É bom voltar a ver o blog activo!
;)